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28 dezembro 2011

Cine Azteca: monumento de um tempo perdido

Embora nascido no Rio de Janeiro (Rua Maria Amália, na Tijuca, perto da fábrica da Brahma que era toda pintada de vermelho), passei a maior parte de minha vida em Salvador. A partir da adolescência, pelo fato de ter parentes no Rio, ia passar um mês por ano (o das férias de julho) nesta cidade. Ia, como de hábito, muito aos cinemas cariocas e, naquela época, havia uma tremenda vantagem: os filmes que eram lançados no Rio levavam um ano para que fossem colocados no mercado exibidor soteropolitano. Assim, quando retornava a Salvador, tinha visto muitos filmes que meus amigos tinham apenas conhecimento de ouvir falar. Se hoje, os lançamentos ocorrem simultaneamente nas capitais brasileiras com centenas de cópias, em tempos idos a coisa era diferente, muito diferente. 

Dos cinemas cariocas, havia um que achava esquisito e, confesso, adolescente que era, tinha até medo de entrar: o Cinema Azteka, que ficava na rua do Catete bem perto do Largo do Machado. A fotografia, quem ma enviou, foi Jonga Olivieri, que, procurando agulha no palheiro, achou-a. Cada sala exibidora possuía sua atmosfera particular, sua arquitetura própria, ofertando, com isso, com um estilo marcante, um clima, uma ambiência para se ver um filme. Tanto é que, vista uma fita num cinema, esta era sempre associada à sala exibidora: "Vi A cidade dos Robinsons no Azteka!", por exemplo.

Inesquecível o cine São Luiz no Largo do Marchado, o Palácio, no Passeio Público, o Roxy, em Copacabana, o Alvorada (cinema de arte em Ipanema), o Pax, os diversos Art Palácios (sempre com problemas de projeção), o saudoso Metro de Copacabana, o Odeon, o Pathé, o Victória, o Cinema 1, o Cinema 2, os Brunis (Flamengo, Botafogo...), o Capri, entre tantos outros que a memória pode falhar e acabe por cometer omissões imperdoáveis.

2 comentários:

Anônimo disse...

http://cinemagia.wordpress.com/2008/08/21/cinemas-antigos-caruso-copacabana-rj/

Jonga Olivieri disse...

Imagina eu que fui "A última esperança da Terra" (The Omega man) à noite no Azteca?
Eram mesmo muito estranhas (e tenebrosas) aquela 'carrancas' pré Colombianas nas escadarias.