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10 novembro 2009

Mestre Fritz Lang dá uma tragada

Mestre do expressionismo alemão, Fritz Lang (1890/1976) realizou, para esta escola, alguns de seus filmes mais representativos, a exemplo de A morte cansada (Der müde tod, 1921), Dr. Mabuse (Dr. Mabuse, der spieler -Ein Bild der Zeit, 1922), Metrópolis, Die Nibelungen, 1924), e o insuperável M ( M - Eine Stadt sucht einen Mörder, 1931, com Peter Lorre), entre outros. Quando Hitler assumiu o poder, convidado por Goebbels para dirigir o cinema nazista oficial, Lang deu o fora, partindo para Paris, onde fez um filme, mas, logo depois, viajou para os Estados Unidos. Há, portanto, em Fritz Lang, duas fases na sua trajetória de realizador cinematográfico: a fase alemã, do expressionismo (fala-se, inclusive, que muitas idéias de O gabinete do Dr. Caligari, clássico de Robert Wiene, 1919, são de sua autoria), e a fase americana constituída de obras do quilate de Fúria (Fury, 1936), Vive-se só uma vez (You only live once, 1937), A volta de Frank James (The return of Frank James, 1940), O homem que queria matar Hitler (Man hunt, 1941), Um retrato de mulher (The woman in the window, 1944), Almas perversas (Scarlet Street, 1945), O diabo feito mulher (Rancho Notorius, 1951), Os corruptos (The big heat, 1953), Desejo humano (Human desire, 1954), Suplício de uma alma (Beyond a reasonable double, 1956), entre outras.

No final da carreira realizou, fora dos Estados Unidos, um díptico: O tigre da Índia e Sepulcro indiano. No seu último filme, volta as origens mabusianas no impressionante e premonitório Os mil olhos do Dr. Mabuse (Die 1000 Augen des Dr. Mabuse, 1960).

Na imagem, roubada do site de Carlos Reichenbach, Lang está a fumar seu cigarrinho num intervalo das filmagens de O desprezo (Le mépris, 1963), de Jean-Luc Godard, no qual participa como ator convidado como ele mesmo.

3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Quem assitiu "M" jamais esquece a sua força expressionista, a sua fotografia p&b impecável, o seu jogo de sombras. Um dos maiores filmes de todos os tempos.
Mas toda a obra de Lang é mesmo de uma grande importância para o cinema.
Dr. Mabuse é um personagem que, aos ser retomado, voltou com o mesmo mistério e nebulosidade do primeiro filme.

Mereceu sua pausa para uma tragadinha este grande realizador!

bahiaflaneur disse...

o filme mais encantador e poético de Fritz, apesar que ele mesmo nao gostou da propria obra :
Moonfleet (1955) =
cinemascope + Stewart Granger + infancia.
bellissimo !!!

André Setaro disse...

'Moonfleet' se chamou aqui 'O tesouro do Barba Ruiva', com Stewart Granger e Viveca Lindfords, mas Lang não gostou do resultado. Parece que se aborreceu com o cinemascope, formato que não gostava e o utilizou por exigência dos produtores. Dizia que o cinemascope servia apenas para filmar procissão e cobras. No mesmo ano, creio, ou no seguinte, realizou outro belo filme, 'No silêncio da noite' ('While the city sleeps'), com Dana Andrews e Ida Lupino.