Sem assunto, pensei, a ver esta arte japonesa, em Toshiro Mifune, o primeiro ator que conheci do cinema nipônico. Com aqueles panos brancos a resguardar suas entranhas em O sétimo samurai, do grande Akira Kurosawa. Vi, menino e adolescente, muitos filmes japoneses distribuídos pela Toho, que passavam em São Paulo e vinham muitos para Salvador. Rashomon apenas vi muitos anos depois em cinemateca. Kurosawa, apreciei à medida em que seus filmes eram lançados. Lembro-me agora assim de memória de outros diretores como Kaneto Shindo (A ilha nua), Masaki Kobayashi (Harakiri, Onibaba, As quatro faces do medo, Guerra e humanidade...), Eizo Sugawa (Caça às feras), Shonei Inamura (Todos porcos), e, talvez, o maior de todos, Kenji Mizoguchi com seu encantador Contos da lua vaga, que me impressionou deveras. Mas Yasujiro Ozu vim somente a ter o grande prazer em conhecê-lo na última década através do disquinho e de alguns filmes baixados na internet que me foram emprestados. Comprei Bom dia. E quero comprar, para tê-lo em casa, Contos da lua vaga. Diria que Kurosawa é hors concurs. Há dele filmes belíssimos. Lembro-me de Toshiro Mifune a atuar em Grand Prix, de John Frankenheimer (ninguém nunca na história do cinema filmou tão bem corridas de automóveis). Frankenheimer, na sua fase anos 60, é o máximo. Mesmo depois, como pude constatar agora na revisão de Domingo negro (Black sunday, 1977) é de um impacto superior. Qual o realizador cinematográfico que tem uma sistemática utilização dos efeitos de intensificação dramática das situações por meio de um equilibrado uso da montagem e da música? John Schlesinger? William Friedklin?
Um comentário:
Considero "Guerra e humanidade" um filme fora de série. Tão bom quanto longo em suas três partes de muitas horas.
O citado "A ilha nua" é outra obra-prima do cinema japonês. Fora, claro, as realizações de Kurosawa, a expressão máxima desta arte naquele país.
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