Quando já não se pensava que Fritz Lang fosse capaz de nos presentear com mais filmes de impactos, tantos os que fizera, eis que, de volta à sua Alemanha, realiza, para surpresa geral, Os mil olhos do Dr. Mabuse (1960), com Dawn Addams, Peter Van Eyck, Gert Frobe (que viria a ser o vilão de 007 contra Goldfinger). O filme retoma o personagem famoso de dois filmes que fizera durante a fase áurea do expressionismo alemão, os sinistros Dr. Mabuse: Dr. Mabuse, der Spieler - Ein Bild der Zeit (1922), e O testamento de Dr. Mabuse (Das Testament des Dr. Mabuse, 1933), derradeiro filme que faz em seu país de origem, pois logo depois do lançamento Lang fugira do nazismo que então se estabelecia, apesar de ter sido convidado por Goebbels para ser o diretor artístico do cinema nazista. Sua esposa, Thea Von Harbour, aderente a Hitler, abandonou-a, e fugiu primeiro para a França (onde realizou Lillion, 1934) e, logo em seguida, para os Estados Unidos, onde se estabeleceu e continuou, dentro da indústria hollywoodiana, a fazer belos e vigorosos filmes sempre com a temática languiana do homem contra o destino. Antes de Os mil olhos do Dr. Mabuse, Lang realizou um périplo indiano para fazer o díptico O tigre da Índia e Sepulcro indiano. Sua fase americana é cheia de grandes filmes, a exemplo de Os corruptos, Fúria, O homem que matou Hitler, Rancho Notorius, Um retrato de mulher, O segredo da porta fechada, entre outros.
2 comentários:
Assisti nos cinemas "Os mil olhos do Dr. Mabuse" ao vivo. Só não foi a cores porque não era. Mas ainda me lembro que foi no Flórida, um cinema que ficava na rua Siqueira campos e que virou supermercado.
Também assisti "O tigre da Índia" e "Sepulcro Indiano" estes ao vivo e a cores (e com a Debra Paget) na ocasião em que foram lançados.
É certo que estou a ficar velho!
Mas é uma coisa de que tenho boas recordações.
"Os mil olhos do Dr. Mabuse" se constituiu numa "sensação" quando do seu lançamento. E você, apesar dos anos, está cada vez mais lúcido e mais jovem.
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