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- Suas montagens são longas porque o senhor tenta diferentes soluções para...
Orson Welles - Busco o ritmo exato entre um enquadramento e o seguinte. É uma questão de ouvido: a montagem é o momento em que o filme lida com o sentido da audição.
- Não são então problemas de narração ou de tensão dramática que o detém?
Orson Welles - Não, trata-se de uma forma, como o maestro interpretando um fragmento musica com rubato ou não. É uma questão de ritmo e, para mim, o essencial é isto: a pulsação.
- O público não presta menos atenção à televisão que ao cinema?
Orson Welles - Presta mais atenção, porque escuta em vez de olhar. Os telespectadores escutam ou não escutam, mas quando escutam um pouquinho que seja, mostram-se mais atentos que no cinema, pois o cérebro é mais exigido pela audição que pela visão. Para escutar, é preciso pensar; olhar é uma experiência sensorial, mais bela talvez, mais poética, mas em que a atenção desempenha papel menor.
Orson Welles - Busco o ritmo exato entre um enquadramento e o seguinte. É uma questão de ouvido: a montagem é o momento em que o filme lida com o sentido da audição.
- Não são então problemas de narração ou de tensão dramática que o detém?
Orson Welles - Não, trata-se de uma forma, como o maestro interpretando um fragmento musica com rubato ou não. É uma questão de ritmo e, para mim, o essencial é isto: a pulsação.
- O público não presta menos atenção à televisão que ao cinema?
Orson Welles - Presta mais atenção, porque escuta em vez de olhar. Os telespectadores escutam ou não escutam, mas quando escutam um pouquinho que seja, mostram-se mais atentos que no cinema, pois o cérebro é mais exigido pela audição que pela visão. Para escutar, é preciso pensar; olhar é uma experiência sensorial, mais bela talvez, mais poética, mas em que a atenção desempenha papel menor.
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