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06 abril 2008

De grandes artesãos



NOVO BLOG
Tirei o vídeo do You Tube que apresentava o 'the end' de Artistas e modelos (Artists and models), de Frank Tashlin, com Jerry Lewis e Dean Martin, além da principiante Shirley MacLaine e Dorothy Malone (esta veterana com uma interpretação inexcedível em Palavras ao vento, de Douglas Sirk, com Rock Hudson e Robert Stack). Tirei porque inaugurei, como já foi dito, um blog somente para vídeos (veja:http://setaroandreolivieri.blogspot.com/). Assim, penso privilegiar aqui os textos e deixar as imagens em movimento para o Momentos da arte do filme. Mas o trecho de Artistas e modelos foi somente deslocado. Saiu daqui para o blog novo.

JONATHAN DEMME
Diretor a considerar do cinema americano contemporâneo. Não dava nada pela versão atual de Sob o domíno do mal, a considerar o grande filme que John Frankenheimer fez nos idos dos 60, com Frank Sinatra, Janet Leigh, Laurence Harvey. Mas, surpreendentemente, gostei muito da atualização que Demme fez de The Mandchuriam candidate, com Meryl Streep, Denzel Washington, entre outros. É o caso de se dizer: quando o realizador tem timing, conta com bom roteiro, vai embora. Verificando a ficha de Jonatham Demme, pode-se sentir uma vida inteligente atrás das câmeras. Revi recentemente Filadélfia, que é um bom filme, muito bem dirigido. De caso com a máfia (Married to the mob, 1988), com Michelle Pffeifer é muito demolidor, bem irônico, um cinema com um sentido de delírio basicamente cinematográfico. Também é o caso de O silêncio dos inocentes (The silence of lambs), que, queiram não os seus detratores, é um filme equilibradíssimo, com uma mise-en-scène exata em função do estabelecimento rítmico do thriller. E quando se falar agora dos poucos que restam, bons, no cinema americano, não se pode esquecer de Clint Eastwood, Paul Thomas Anderson, Joel e Ethan Coen e Jonathan Demme. Martin Scorsese, que admiro e respeito pela sua contribuição ao cinema, acho um cineasta muito superestimado.
JOHN FRANKENHEIMER
Cineasta promissor na década de 60, responsável por uma pequena obra-prima que foi O segundo rosto (Seconds, 1967), com Rock Hudson, perdeu-se nas décadas seguintes até cometer algo como Amazônia em chamas já perto de seu desaparecimento. Frankenheimder, para ficar somente em alguns filmes, é o diretor de Sete dias de maio, com Burt Lancaster e Kirk Douglas, Sob o domínio do mal, O homem de Alcatraz, também com Burt Lancaster como o prisioneiro que passa a estudar e conviver, na cela, com dezenas de pássaros, O pecado de um xerife (I walk the line), com Gregory Peck, e um dos mais fascinantes filmes sobre corrida automobilístca, Grand Prix. O segundo rosto é um filme esquecido, que ninguém mais cita nem fala, mas é de altíssimo nível.
JOHN SCHLESINGER
Outro John de muito boa artesania é John Schlesinger. Começou no cinema inglês a fazer documentários. Depois nos deu de presente obras como Darling, a que amou demais, com uma belíssima Julie Christie, Longe deste insensato mundo, baseado em Thomas Hardy, Perdidos na noite (Midnight cowboy), A maratona da morte (que o Cult andou a passar na sua grade programativa). Mesmo nos seus filmes menores, o rigor de Schlesinger é notável: O inocente, com Anthony Hopkins, Morando com o perigo. O seu último filme que é totalmente irreconhecível, com Madonna, cujo nome me esqueço, uma mixórdia augusta.

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