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12 janeiro 2008

A Tortura do Medo




A tortura do medo (Peeping Tom, 1960), de Michael Powell, é uma obra-prima do cinema inglês e que há muito não se podia ver. Trata-se de um clássico, uma obra de tensão singular, com uma sábia utilização da cor, principalmente o vermelho (não teria Hitchcock, o mestre dos mestres, se influenciado por este filme para realizar Marnie?). Thriller e horror misturado, com algo do film noir, e uma atmosfera de suspense sufocante. Além do mais, o filme aborda o que pode o cinema provocar no espectador e naquele que filma, a estabelecer um jogo voyeurístico como um espelho partido em diferentes pontos de vista.
Cinegrafista, por causa de um trauma ocorrido na infância, é obcecado por imagens alheias. Tudo que se lhe aparece pela frente o torna um compulsivo para fazer o registro nas imagens em movimento. Como um louco, quer filmar tudo que vê. Tem em mira principalmente as mulheres, que, ao estilo de um serial killer, seduz-lhes para, em seguida, matá-las. O momento crucial para ele, e que lhe dá extremo prazer, um êxtase indescritível, é quando, após assassiná-las, registra, com grande voracidade, a agonia de suas mortes.
No elenco, Carl Boehm (o imperador da trilogia de Sissi, de Ernest Marischa, com Romy Schneider, que foi grande sucesso nos anos 50, a elevar a sua atriz para o panteão internacional), Moira Shearer, Anna Massey (que trabalhou com Hitch em Frenesi como a amante de Jon Finch e que morre estrangulada pela gravata de Barry Foster), Maxine Audley. Em magnífico eastmancolor.
A tortura do medo está sendo exibido na Sala Walter da Silveira às 15 e 17 horas. Até quinta próxima, dia 17 de janeiro. A dúvida é se está em DVD ou celulóide já que a entrada é franca.

Um comentário:

Anônimo disse...

Setaro, o filme de Powell deve estar em DVD, pois ele foi lançado este mês no Brasil em lojas e locadoras (só não sei a distribuidora, mas deve ter na 2001Video). Abraços!