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20 outubro 2007

Uma lágrima para Deborah Kerr



Bela, majestosa, mulher de classe, finesse, coisa rara nesta era de mediocridades e belezas fabricadas, Deborah Kerr se foi nestes dias para o desconhecido. Nasceu em 1921, morreu com 86. Há muitos anos já sofria do Mal de Parkinson e nos anos 90 foi homenageada com um Oscar. Deveria não ter aparecido, pois já se encontrava alquebrada, baixa, altura diminuída, não pela velhice, que muitas vezes embeleza, mas pela doença. Mas que se dê uma olhada à imagem dela aqui postada e que se admire a sua beleza. Excelente atriz, marcou uma época. Fez muitos filmes, que neste rápido post de homenagem, não daria para citar todos os que gosto. Mas Tarde demais para esquecer (An affair to remember, 1957), do habilidoso e por vezes genial Leo McCarey, é melodrama sublime (quem tem medo do melodrama? - confunde-se, no cipoal da ignorância geral, o melodrama com dramalhão e sempre se está a misturar alhos com bugalhos, característica, aliás, da ignorantália). Mas estou sendo um pouco ríspido para falar de uma mulher nada ríspida como Deborah, que acompanhei desde criança. O rei e eu, O céu é testemunha, tantos filmes, tantas honras. E aquele beijo apoteótico, na praia, enquanto as ondas batiam nos corpos molhados dela e de Burt Lancaster em A um passo da eternidade? Causou escândalo na época. Atualmente o escândalo não existe mais, a considerar a decadência geral dos valores nesta fajuta e desgraçada contemporaneidade (detesto este termo). E Os inocentes, de Jack Clayton? Nos anos 70, Elia Kazan a convidou para Movidos pelo ódio (The arrangement), e ela, já entrada nos anos dá um show de beleza madura e interpretação ao lado de Kirk Douglas. Vá ao Imdb, o maior banco de dados da internet sobre cinema ver sua filmografia e mais detalhes sobre esta deusa. http://www.imdb.com/name/nm0000039/
Que a terra lhe seja leve!

4 comentários:

Anônimo disse...

Caro Setaro, no ano de chumbo de 1971 conheci dona Arminda(Mindinha) Villa-Lobos no Rio. Ela me falou que Hollywood havia comprado os direitos de uma biografia do Grande Villa. Dona Mindinha só fez uma exigência aos produtores: que fosse representada por Deborah Keer. Esse filme nunca foi feito(uma pena). E dona Arminda não viveu para ver Letícia Spiller encarnando-a em "Villa-Lobos uma vida de paixão", de Zelito Miranda.
Hoje vou colocar no DVD "Quo Vadis" em homenagem a essa bela mulher e grande atriz.

Stela Borges de Almeida disse...

Apesar de pensar difente de você sobre a beleza e a doença neste mundo dos vivos, tenho de concordar: a Deborah Kerr do seu post está primorosa!
Uma beleza a informação do date base. Vamos à pesquisa. Setaro, vc. é um amor de gente. Bem que minha amiga Kátia me dizia.

André Setaro disse...

Romero,

Não lhe vejo há mais de trinta anos desde aquele curso no Icba. Mas não me esqueço de nossos papos sobre cinema no jardim do Goethe e no bar do Canela,Avalanche, ponto de referência para toda uma geração - aquela que era jovem nos anos 70, principalmente, anos de chumbo. Papos regados, naturalmente, com dezenas de cervejas.
Lembro-me daquela 'diáspora', donde surgiu 'Por exemplo, Cafundé', com uma estética 'mais suja' a se diferencial do filme 'oficial' à la Farkas.

Gostaria de ter o seu e-mail. Pode enviar para setaro@uol.com.br

Um abraço do

André Setaro

Jonga Olivieri disse...

Uma beleza angelical no porte de uma lady (so British),
Deborah Kerr foi na verdade uma atriz num império dominado por tantos e tantas canastrões(onas).
Aliás, a foto que você postou é de uma felicidade a toda prova. Aquele seu olhar seguro de uma mulher, sim, mas de muito respeito.
Lembro-me dela, 'recuerdo' de infância/juventude em "Quo Vadis", filme cujo Nero interpretado por Peter Ustinov foi marcante.
Mas ela estava também no Julio Cesar de Mankiewics ao lado de Marlon Brando.
É mesmo impossível enumerar seus filmes, até porque já falaste de tantas na sua postagem.
Agora, coisa mais engraçada, entretanto, o beijo com Burt Lancaster que tanto escandalizou é hoje quase um "selinho" bem dado.
Mudei eu ou mudou o mundo?