
O cinema americano desta época, visto hoje, exceção se faça aos mestres (Hitch, Hawks, Minnelli, entre tantos), principalmente nos filmes que usam o cinemascope (como este Pocketful miracles) apenas para alargar, se apoia muito nos planos gerais e médios e nos diálogos. Colocados os personagens no quadro fílmico, enquadrando-os devidamente, o que importa é a impressão de continuidade sem, contudo, nenhuma sugestão cinematográfica que seja mais atraente. Tudo parece muito enquadrado, muito preso dentro do enquadramento da tela larga, que funciona como uma camisa-de-força a impossibilitar uma mise-en-scène com mais agilidade e timing. E pensar que este filme foi feito depois de Acossado (A bout de souffle)!
Hope Lange é a noiva de Ford, ator muito presente nos anos 40, 50, e 60, que sempre é um prazer revê-lo, ainda não fosse nunca ninguém mais, nas telas, do que ele mesmo. Arthur O'Connell é outra 'griffe' do período no cinema americano como o Conde Afonso Romero. Mas quem encanta mesmo, e se encontra pela primeira vez atuando em cinema, é Ann-Margret, como a filha de Bette Davis. Peter Falk, o Columbus da série televisiva também comparece. O DVD é distribuído pela Continental, que respeita a integridade do formato original e o filme pode ser visto no cinemascope de origem - uma tirinha bem fina. Quem tem televisor de poucas polegadas não deve usar o 'zoom'. É falta de respeito.