Não há dúvida da decadência imensa do jornalismo contemporâneo, da regressão que se abateu sobre a imprensa, principalmente no jornalismo cultural. Sou do tempo em que lia o Quarto Caderno do Correio da Manhã, quando, na redação deste, pontificavam, como num Petit Trianon, homens e sábios como Otto Maria Carpeaux, Antonio Houaiss, Cony, Moacyr Werneck de Castro, Paulo Francis, entre outros. A entrevista que Sérgio Augusto concedeu ao site Digestivo Cultural é leitura obrigatória e que bem reflete o caos da chamada contemporaneidade. Está neste link: http://www.digestivocultural.com/entrevistas/entrevista.asp?codigo=10
Leio Sérgio Augusto (companheiro de geração do saudoso Paulo Perdigão) desde os tempos em que escrevia no Jornal do Brasil, fazendo parte do Conselho de Cinema, que se reunia toda sexta para criticar determinado filme da semana (naquele época toda semana tinha um filme a respeitar), e que era composto (salvo omissão da memória) por Alex Viany, Alberto Shatovsky, Ely Azeredo (por onde anda este, que, na época, era detestado pelos cinemanovistas, mas que tinha um estilo surpreendente), José Carlos Avellar (o antípoda de Ely em visão de mundo e visão de cinema), Valério Andrade, Sérgio Augusto, José Wolff, Ronald F. Monteiro, entre outros que posso ter esquecido assim no momento em que digito este post.
Sérgio Augusto depois foi para O Pasquim em sua época de ouro. Tem artigos (melhor dizendo: ensaios) espalhados pelas melhores revistas e jornais brasileiros. Escreveu recentemente As penas do ofício (que já mandei buscar na Livraria Cultura via internet), há alguns anos, Lado B, e entre muitos outros, tem um livro essencial sobre a chanchada brasileira: Este mundo é um pandeiro.
A leitura da entrevista é algo que não se deve perder.
3 comentários:
Além dos citados tinha o Paulo de Castro, portugês que lutou na Guerra Civil em Espanha.
O Quarto Caderno era um compêndio da cultura brasileira todo domingo nas bancas. Sai da frente...
Hoje em dia temos o Mais, suplemento da Folha de SP, mas, apesar de ter seu valor, não chega aos seuspés.
Quanto à crise cultural brasileira, ela é geral. Na música, no teatro, no cinema (Sandra Werneck não dá, não é André?.
Em suma, para onde se olharsó se enxerga um monte de bosta...
Estava a assistir ainda há pouco na GloboNews um programa em homenagem aos 80 anos de Tom Jobim.
Veio a corroborar aquilo que pensei pela manhã, quando postei o comentário anterior.
Olhando o panorama musical brasileiro o que se vê? Pelos deuses! Você só enxerga "coisa ruim".
Ali estavam Vinicius de Morais, Chico Buarque, Toquinho, Elis, numa fornada só. Nós tivemos sorte de crescer com aquele povo todo crescendo conosco.
O que se vê hoje são Sandy e Júnior, Zezé de Camargo e Luciano. Não vi o filme sobre eles, porque tenho um pouco de auto-estima.
Enfim...
Estava a assistir ainda há pouco na GloboNews um programa em homenagem aos 80 anos de Tom Jobim.
Veio a corroborar aquilo que pensei pela manhã, quando postei o comentário anterior.
Olhando o panorama musical brasileiro o que se vê? Pelos deuses! Você só enxerga "coisa ruim".
Ali estavam Vinicius de Morais, Chico Buarque, Toquinho, Elis, numa fornada só. Nós tivemos sorte de crescer com aquele povo todo crescendo conosco.
O que se vê hoje são Sandy e Júnior, Zezé de Camargo e Luciano Não vi o filme sobre eles, porque tenho um pouco de auto-estima. Jamais posso admitir que possa me somar alguma coisa a vida dessas duplas "sertanejas" que grassam por aí.
Enfim...
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