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02 julho 2005

COLE PORTER EM FILME ATRAENTE

De-Lovely, de Irwin Winkler, conta passagens marcantes da vida de Cole Porter. Produção bem cuidada, não teve, contudo, boa acolhida comercial. Porter, como compositor, é imenso, uma das maiores expressões da música no Século XX. O interesse despertado por este filme, que aluguei em DVD, está em Cole Porter, que o tenho na mais alta conta. Há uma versão xaroposa com Cary Grant dos anos 40, que não mostra os problemas enfrentados pelo músico devido à sua esfuziante personalidade, como o homossexualismo. O roteiro de De-Lovely é estruturado de maneira a mostrar o compositor já velho, ao lado de um diretor de cinema (Jonathan Pryce), a comentar a sua própria trajetória existencial. Amante da vida, esta, no entanto, por absurda e trágica, revelou-lhe amarguras, como a queda do cavalo responsável por danos irreversíveis em suas duas pernas, para as quais, se não quisesse perdê-las, houve de se submeter a 26 intervenções cirúrgicas O filme é correto, contando com excelentes intérpretes, recursos de produção, embora Winkler, que fez, entre outros Culpado por suspeita, sobre a época do macarthismo, com Robert De Niro, não seja um cineasta muito inventivo. Mas De-Lovely funciona, principalmente pelos números musicais, ainda que não seja, como sugere a capa do DVD, um musical no sentido clássico do termo. Há performances extraordinárias de Natalie Cole, Elvis Costello, Sheryl Crow, Diana Krall, Alanis Morissette e Robbie Williams. Quem interpreta Cole Porter é Kevin Kline e a bela Ashley Judd é a sua mulher. Vale a pena conferir.

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